# Estado de contemplação perene.
“Trabalhar os sentidos. TOCAR a casca do angico vermelho e SENTIR extremidades maiores, ásperas, enquanto vãos entre as mãos. ACARICIAR a pétala da flor do camalote e SENTIR a textura macia, suave e…. doce. PROVAR o pólen do mel de pomba e SENTIR o néctar, não salgado. PROVAR O MEL. OLHAR o branco-prata das gotas de orvalho sobre a grama ao alvorecer. VER o cinza-chumbo da sombra das nuvens cobrir as cores da paisagem ao meu entorno enquanto caminho com um objetivo. OUVIR o arrastar dos chinelos, o atrito da borracha e da areia contra o concreto. ESCUTAR a água que corre por trás de meu remo, o som agudo do Gavião Belo ainda jovem. SENTIR O CHEIRO dos campos onde convivem em harmonia os Assa-peixes. PERCEBER por meio do cheiro a PRESENÇA de Queixadas. VER, TOCAR, OUVIR, CHEIRAR, SABOREAR, PROVAR. Dádivas dos homens Um presente o que há. Campo experimental para as sensações Parar e sentir o mundo. Entrar em estado-de-contemplação-perene.”
(Pantanal, 2006)
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